Brasão e sigla da UFRJ
Programa de Estudos e Pesquisas em Desenvolvimento Humano, Formação de Lideranças Transformadoras e Governança Social
Eponina, Ernesto Nazareth

Depoimento de Gabriel Valuano

Seminário
Participar deste seminário me emocionou muito. Estar na companhia de pessoas tão queridas, todas reunidas em um só lugar, tão distante de nossas casas, mas ao mesmo tempo como se estivéssemos em nossos lares foi uma experiência de intensa comoção. Me emocionou reencontrar Mestre Rohm em Berlim. A sua presença tão singular tem a capacidade de despertar em cada um de nós uma chama do desejo de nos tornarmos as nossas melhores expressões. O seminário em Berlim de 2020 aconteceu em um momento muito importante para mim, em que eu me encontrava fragilizado e distante de mim mesmo. É tão belo presenciar a forma como Mestre toca os corações de cada participante, de uma maneira tão amorosa e precisa, falando aquilo que cada um necessita ouvir. Especialmente no seminário, quando o foco é estarmos reunidos em imersão em uma sala ao longo de todo o dia, esses vínculos se tornam ainda mais intensos. Os mais diversos estímulos e apreciações são oferecidos a fim de nos desenvolvermos, de despertar nossos sentidos, nossa atenção, a desapegar daquilo que não importa e a olhar por uma nova perspectiva. O seminário oferecido por Mestre, como expressão da mais bela e pura generosidade e amor, me ensinou que a felicidade é um olhar. É preciso estar atento para que esse olhar seja sensível e perceba a beleza da vida. Pude constatar nesse momento de contemplação o quanto é importante eu aceitar minhas vulnerabilidades e vive-las, mas para isso é preciso ter coragem. É necessário fazer, agir, colocar em prática os aprendizados, sem medo de errar, mas atento e ágil para aprimorar o foco e o posicionamento, sempre. O desafio é grande, mas viver o seminário me preencheu com a esperança e certeza de que nós podemos fazer melhor, podemos ser melhores e ajudar as pessoas se focarmos no presente e percebermos cada pequeno ato como um passo numa longa caminhada que é a vida. E na vida o que importa é o caminho, a longa peregrinação que tanto pode nos encantar.

Peregrinação
Estar na companhia de Mestre é estar sempre aprendendo. O seu exemplo de vida é o maior aprendizado que já tive. O que esperar então de uma experiência tão forte como a de uma peregrinação em sua companhia, sob sua orientação? Com um planejamento impecável, Mestre trabalhou por muitos anos planejando o que ele gostaria de mostrar aos discípulos em uma oportunidade de realizar uma peregrinação no exterior. Sou muito grato pela sua doação de corpo e alma, investindo toda a sua atenção e tanto tempo para nos guiar em uma peregrinação na Alemanha. Fomos presenteados com a oportunidade de conhecer tanto de Berlim, de sua história de dor e luta, compreender as suas paisagens no que elas significam no processo de construção, destruição e reconstrução.  Aprendemos a apreciar o conjunto das obras, ver os sacrifícios que acompanham a glória das vitórias e a dar valor ao trabalho e tempo de cada um. São muitos os ensinamentos que presenciamos em Berlim, com a sua cultura, a sua história inspiradora, mas, principalmente, por poder conhecer tudo isso por meio do olhar de Mestre, tão poético e generoso. É tão lindo como as coisas acontecem de forma mais leve e mágica quando estamos com pessoas queridas, quando estamos presentes e emanando boas vibrações. Foram tantas as recordações de momentos mágicos que me inspirarão em memória a desejar estar presente. Desejarei a simplicidade da caminhada coletiva no dia a dia desta peregrinação sempre presente em meus passos, contemplando a beleza que me foi apresentada onde quer que eu vá. E foi tão lindo que toda essa emoção vivida em Berlim tenha se expandido também para Dresden, Leipzig e Hamburgo, outras cidades tão especiais deste país que tanto me encantou, percebendo suas especificidades tão características, mas principalmente as suas semelhanças que demonstram a luta e as conquistas de um povo e de muitas gerações e tanto sofrimento. Obrigado, Mestre, pelas poesias, músicas, pinturas, amor, palavras de afeto e toda a inspiração. Obrigado por tanto!

Gabriel Valuano

Depoimento de Heduardo Carvalho

Peregrinação
Se iluminar com a luz de Berlim é perceber em qual ponto seu é preciso destruir, construir ou reformar. Já, iluminar-se com a luz da Alemanha com a energia de Mestre Rohm, é perceber o que é colaborar, perceber que a luz não pode e não deve ser provida somente pelas lutas de quem nos ensina, e sim, que os ensinamentos servem exatamente para emanarmos nossa luz, fazer parte da reconstrução do que acreditamos ser o bom, a justiça. É ver arte em sua melhor expressão para nos tocar, mexer em cada célula de emoção e motivação de nosso corpo pra que seja possível entender a beleza, a sua revelação e a transformação capaz de vir dela. A Alemanha que visitamos está lá e são poucos capazes de vê-la, e aí que está o grande privilégio de ver sobre a luz de Mestre. Essa iluminação tem me guiado há alguns anos, e mais claro ainda que as experiências de peregrinação que Mestre proporciona me reconstroem para que eu me entenda na melhor expressão de mim mesmo. Agora é visível pra mim o tamanho da minha caminhada, e mais ainda onde ela pode chegar e qual tamanho do impacto que tenho nesse mundo quando chegar lá. Graças à Mestre, à Alemanha e à Alemanha de Mestre.

Seminário
Fez parte do meu processo de me ver iluminado, quando se trata de uma luz de outro continente, ser capaz de ver outras cores e outras formas. A iluminação da sala de aula em outro lado do mundo também é diferente, é me ver em outra circunstância, não importa que ainda seja em uma sala. O seminário se tratou disso, de sentar e entender o que me ilumina. Quais as cores que me constroem e como posso utilizar isso para que eu alcance o ponto que quero chegar? É sempre uma honra ver Mestre ensinando o que se esforça tanto para aprender a anos e a responsabilidade de estar escutando e tentando compreender isso. É no seminário que sou capaz de ver as transformações que a peregrinação me proporciona, principalmente quando vivo isso inúmeras vezes, nas vozes de cada um que compartilha essa experiência. Foi compartilhando o desenvolvimento, as percepções e as dores que a gente vivia que eu cheguei onde estou. No seminário não é onde vejo o que a luz expõe, mas sim olhar diretamente pra ela e entender qual o foco e posicionamento em que eu a alinho, para que me exponha o que é preciso pra eu seguir meu caminho. É Mestre e seu imenso trabalho no SDH 2020 que alinham, hoje, minha luz mais assertiva e me entendo mais presente no mundo que vivo.

Heduardo Carvalho

Depoimento de José Martins

Quando acordava, nos dias de seminário, sabia que o Maestro Rohm estava cuidadosamente preparando as partituras para guiar sua orquestra de discípulos, estes prestes a dar saltos quânticos, para as salas de conferência do local que os hospedava. Uma das salas se chamava Brandenburger Tor, e assim como o monumento que marcava o triunfo daqueles que atravessavam a Unter den Linden, a sala marcou o início triunfal do seminário. Depois, nos mudando para a sala Siegessäule e alçamos voo, bem como a deusa dourada, com as asas que Mestre nos ajuda a construir, com sua generosidade, brilhantismo, carinho e propósito. Chamei-o de Maestro, acima, pois era lindo ver o que o grupo produzia sobre sua regência. Belos depoimentos, risadas, lagrimas, expressões e sentimentos emergiram à medida em que Mestre Rohm nos abrilhantava com os conteúdos minuciosamente escolhidos para cada momento, para cada pessoa. Em suma, os dias de seminário foi dias academicamente e teoricamente iluminados, trazendo sentido para muitos questionamentos que pairavam em minha cabeça, bem como criando novos questionamentos, os quais trago de volta para o Brasil, em busca de resposta. Voltar mentalmente cansado para o quarto era normal, mas ao mesmo tempo era prazeroso sentir a mente expandindo e as ideias fervilhando. Cedo no dia seguinte o despertador toca, era dia de peregrinação.
A sempre presente correria para não atrasar o horário de saída do hotel já sintonizava meu cérebro com a adrenalina necessária para os dias em que iríamos sentir o frio nas bochechas. Conhecer e caminhar por Berlim (e por outros lugares) sob a perspectiva de Mestre Rohm era uma viagem para dentro, um momento em que muitos questionamentos e ensinamentos vistos nos dias de seminários ganhavam alguma forma, bem como um momento de reflexão e surgimento de novos questionamentos, mediante o olhar sobre a história e as reflexões que esta nos trás. Pensando bem, o ponto a ser destacado não é necessariamente andar por Berlim, mas sim andar ao lado de Mestre, guiado por ele e sob sua perspectiva e sua história; foi maravilhoso na Alemanha, mas sei que será belíssimo em qualquer local geográfico. As danças, risadas, piadas e paradas ficarão em minha memória para sempre, e sei que me pegarei rindo sozinho ao lembrar do meu nome sendo chamado por ele debaixo dos flocos de gelo que caíram do céu naquele belíssimo dia às margens do Wannsee.

José Otávio Alcântara Lucas Martins

Depoimento de Pedro Eiras

A experiência vivenciada no seminário SDH Berlim 2020 dependeu e foi sustentada fundamentalmente pelo ilustríssimo organizador, mentor, orientador, querido, e tantas outras atribuições, Ricardo Henry Dias Rohm. É estranho pensar de um dia pisar em Berlim sem a leveza, seriedade, conhecimento e carinho que sua presença carrega e dissemina. E para mim, Pedro Henrique Teles Eiras, com meus 22 anos de vida e 3 anos de faculdade de Administração é um privilégio ter tido a oportunidade de simultaneamente ter feito o aprofundamento pessoal, vivenciado e peregrinado por Berlim pela minha ótica e, acima de tudo, ter colocado a ótica do Mestre para entender o que é peregrinação, vivenciar com atenção e foco no presente e conseguir enxergar com muito mais facetas, cores, nuances, e abundância de detalhes não só a cidade e sua história mas o exemplo de liderança que uma pessoa pode ser.
A peregrinação é um treino para as canelas que não há aviso que sirva de preparação. Minha chegada no primeiro dia já me testou de cara ao me fazer cruzar a cidade inteira para voltar ao mesmo ponto de partida, por um erro de cálculo, que ao fim , evidenciou de antemão de forma divertida um dos ensinamentos do seminário sobre a circularidade do tempo e como as coisas confluem e são uma só. Para além disso, é também um exercício sensorial gritante e belo pois uma vez com os óculos de Mestre, a cidade vibra ainda mais intensamente e os detalhes da organização, arquitetura, disposição espacial, modal e a interação humana passam a saltar aos olhos e encantar constantemente. Peguei-me apaixonado por aquilo que vivenciava. O modo como certas coisas se mantiveram apesar do bombardeamento da cidade são surpreendentes. A Igreja da Memória se destaca como um desses monumentos vivos de ressignificação e perpetuidade. Como justamente a igreja da memória permanece de pé ao bombardeamento? Pra mim entra na categoria de mistérios da existência. Outros locais se destacam, como a região de Wansee, lar da execrável solução final tanto para judeus como para outros grupos, dentre eles torna-se necessária a menção ao LGBT+. Estranho demais e triste a ausência da menção de um grupo expressivo dentro da sociedade berlinense da época. Há também os castelos dos Fredericos, de uma riqueza de detalhes enlouquecedora, tanto de dia como na penumbra da noite, com suas sombras e formas projetadas. A tristeza da área onde o amante de Frederico II é executado, atrás do palácio, é profunda, pelo menos para mim, até os dias atuais. Há inúmeros exemplos adicionais, mas fato é que esse conjunto de edifícios traz as marcas das eras que se encontram.
Por outro lado o esforço contínuo de reconstrução da cidade a caracteriza por ter seu horizonte repleto de guindastes que anunciam o processo sem fim, o que traz a belíssima sensação de ser uma obra de arte permanentemente em processo de lapidação. É um fenômeno indescritível. Desde casas e prédios reconstruídos, a monumentos inteiros como o Siegessäule, o monumento da vitória, imponente tanto ao longe como de perto. Essas duas classificações de edifícios geram as rugosidades que a cidade apresenta e conjuntamente das orientações de Mestre de onde focar e a história por trás de cada parada proporcionam um encontro que gera não só aprendizado histórico mas sim um verdadeiro despertar de reflexões, questionamentos e observações tanto sobre as belezas e encantamentos que a cidade apresenta do ponto de vista da organização, arquitetura, arte quanto sobre os rumos que uma sociedade pode levar, sobre o papel que uma liderança pode exercer e como isso influencia nos atos diários para o bem e para o mal.
Apesar disso, a composição da cidade, a peregrinação, os encantos, todos teriam uma potência e brilho menor sem os 3 dias de seminário fechado, nos auditórios do hotel, guiados pelo Mestre. Ali os temas abordados e as conversas, exercícios, e reflexões proporcionaram o encontro com o outro e comigo mesmo. O despertar de uma sensibilidade maior para o próximo trouxe a percepção sobre a história de cada um, sobre o jeito, as falhas, os desafios de suas caminhadas e sobre o momento interno de cada pessoa e como deve-se respeita-lo. Ou seja, um exercício de empatia pura, que por rebote me fez respeitar um pouco mais as minhas próprias falhas e encarar mais minha caminhada nessa terra como única e em seu próprio tempo. Os textos e as explicações que aconteceram trouxeram também um momento de epifania em que pude não apenas ver, mas enxergar o que seria o exercício da entrega de uma pessoa e o posicionamento que tal despertar acarreta, aquilo que tem por nome gratidão. Esse momento coloco no topo pois não ocorreria nenhum outro ensinamento ou aprendizado sem o preparo exaustivo e metódico, investimento e entrega de Mestre, um exemplo de liderança que desenvolve seu legado em cima da formação de novas lideranças transformadoras.
Uma vez que há, por assim dizer, a expansão da percepção, da consciência, sobre determinado assunto ou aspecto da vida, voltar para a estaca anterior é uma escolha de fingir não olhar. Além da pessoa carregar consigo no fundo de seu ser a noção de que se está optando por não encarar a nova percepção, não há o devido respeito e consideração por aquela situação, relação, circunstância ou pessoa. Com isso também o indivíduo não consegue ser íntegro em si, coerente em seus pensamentos, falas e ações, pois suas ações contradizem aquilo que sua percepção já captou e processou. No seminário em dado momento falou-se sobre justamente o exercício de ser e fazer, de modo contínuo, para que sendo você seja a expressão da ação e ao agir você transpareça seu ser. Minha epifania vem justamente da gratidão como sendo fundamental para a expressão do meu ser, em verbo. E a gratidão há de ser para o Mestre que me orientou. Ao final, uma liderança ética e transformadora passa pelo reconhecimento e entrega a quem a instruiu, orientou e possibilitou a potencialização de seu caminhar.
O seminário de liderança e desenvolvimento humano em si, no conjunto de suas partes que caminham lado a lado, é um tremendo exemplo de liderança, possivelmente numa das cidades mais adequadas para essa vivência, com uma das pessoas mais profundamente qualificadas para realizá-lo. Em minha humildade atesto seu grau de impacto quando em meu retorno me vi obrigado a mudar meu posicionamento e comportamento em uma série de situações que me trouxeram conflitos, porém tranquilidade e serenidade para me posicionar e fazer o que é certo. A gratidão a este ser iluminado há de ser exercida na mesma proporção do sentimento de transformação e agradecimento ao qual me encontro. Jamais esquecerei este encontro neste espaço e tempo que foi o SDH Berlim 2020 e carregarei a memória pelo resto de minha vida.

Pedro Eiras

Depoimento de Sofia Xavier

Berlim: cidade multifacetada e em constante transformação; capital do país Deutschland (em tradução livre, terra do povo); local que conta a história de um povo que não apaga a própria história; cidade que incorpora seu passado no seu presente (ou seria o contrário?) e, assim, narra aos espíritos peregrinantes seus anos de luz e de trevas. Berlim: sítio especialmente selecionado para 11 intensos dias de peregrinação, nos quais nos deixamos guiar pelo olhar experiente e sempre atento da liderança transformadora que vê neste local aquilo que só um mestre pode ver. Transcorreram dessa forma 11 dias de uma viagem que, apesar de ter-nos levado para fora do Brasil, o fez para que pudéssemos, em maior profundidade, viajar para dentro de nós mesmos em um mergulho maior do que jamais poderíamos imaginar. Da mesma forma, a Berlim peregrinada também não teve como fim nos levar a pontos turísticos e boas fotos, mas sim a reflexões capazes de mudar nossos comportamentos no dia a dia quando de volta ao Rio de Janeiro. E assim eu fiz uma viagem que, por me colocar em estado de profunda imersão, me fez questionar toda a vida ao redor da própria viagem, me acelerando para que eu pudesse desacelerar e tomar consciência do meu corpo, da minha existência, da minha ação no mundo e dos emaranhamentos que desenham a nossa vida.
A experiência do seminário nos despertava para perceber a complexidade do mundo que sempre nos cerca, por mais que nem sempre consigamos percebê-lo em toda sua beleza e detalhamento. O seminário era um momento de mais aprofundado compartilhamento do que existia dentro de nós para que, externalizando nossas questões e dilemas, pudéssemos dirimir dúvidas, conectar-nos com nós mesmos e com o grupo e internalizar ideias que, por vezes, beiravam o limite da nossa compreensão. Da mesma forma que momentos do seminário eram levados para as ruas e discutidos aos pés dos monumentos berlinenses, tanques de guerra verdes não vistos na rua eram escrutinados em sala, quando o exterior nos inundava em menor escala com novas informações. Mais do que isso, o seminário nos colocava em uma situação de maior vulnerabilidade por estarmos frente a frente com todos que nos acompanhavam, fossem estas pessoas mais ou menos próximas do nosso convívio em momentos anteriores a viagem. Esta situação, porém, nos lembrava também constantemente que, apesar de estarmos trilhando um caminho que era só nosso, nenhum de nós está sozinho. Todo o grupo compartilhava suas vivências em um ambiente acolhedor e receptivo, em uma bela demonstração de carinho e amor que estimulava, cada dia mais, nosso crescimento e as perdas necessárias a ele.

Sofia Xavier

Depoimento de Thales Machado

Peregrinar é caminhar para longe e perto de si ao mesmo tempo. O mestre nos mostrou que só conseguiríamos enxergar a Alemanha em seus mínimos detalhes quando enxergássemos profundamente quem somos, então nos usamos para ver a Alemanha e usamos a Alemanha para ver a nós mesmos, pois não existe fora ou dentro. A dualidade é uma ilusão. Só existe o todo, tão exatamente complexo quanto cada parte. Berlim desfazia a ilusão da dualidade do tempo, uma cidade que possui mais de cento e cinquenta museus, inúmeros palácios e monumentos, onde se encontra artefatos de mil e quinhentos antes de cristo e monumentos em construção previsto pra mais de vinte anos… Ela dizia claramente só se pode caminhar profundamente ao futuro caminhando profundamente ao passado, isso é se manter no momento presente, o único que existente, onde passado e o futuro se tornam uma coisa só. Os museus revelavam a complexidade da arqueologia, música, cinema, ciência, arquitetura, política, história e, o que mais me afagava e deliciava, a arte. Eram como enormes lupas que revelavam minucias sobre todas as coisas, a complexidade do universo e suas infinitas esferas. Tão intenso e avassalador foi enxergar tão profundamente tudo que nos elevou a um estado de fascinação por tudo. A lupa agora estava no paladar que distinguia sabores que antes eram irreconhecíveis, cheiros, cores, sons, e até percepções “extra-sensoriais”. Aprendemos muito sobre quem somos, sobre liderança, sobre amor, sobre como nos transformar para assim transformarmos o mundo.

Thales Machado

Depoimento de Thiago Godinho

Seminário
Quinze dias. Duas semanas, toda uma vida. Uma nova vida, uma nova perspectiva, profundas mudanças. Encontros e reencontros, comigo e com os demais. Sorrisos, fraternidade, esperança. Evolução.
Reconhecimento de que tenho um papel no mundo, pois sou o mundo. Consciência de que possuo um poder transformador ilimitado e posso ajudar as pessoas a desenvolvê-los. A beleza e a arte estão presentes em tudo. Meu papel é incutir responsabilidade e coração à ciência, pois quando esta está descompromissada, torna-se um veneno.
O tempo presente, onde ocorrem os afetos e ações políticas. A realidade de fato, intrincada por subjetividade e pelo passado, assim como pelo futuro. Onde devem ocorrer as ações e a formação de mim mesmo. Do-be-do-be-do… sou o que faço e faço o que sou. Preciso me desenvolver agora, convertendo-me em uma liderança por amor.
Por fim, iluminação. Propósito. Gratidão, muita gratidão.

Peregrinação
Peregrinar, a arte de perder-se sem perder a si mesmo. Abrir mão do controle para aguçar a percepção e os sentidos.
Quase sempre, andamos. Planejamos. Viajamos. Fazemos fotos. Mas peregrinar, não. Transferimos o nosso foco ao ponto futuro, à futura publicação nas redes sociais e, mais raramente, à erudição e quando chega o momento, passamos por ele sem a devida atenção.
 A peregrinação do SDH2020 foi algo completamente novo para mim. Um exercício de foco e sensibilidade. De permanecer no momento presente, atento a cada passo, cada edifício que descortinava no horizonte. De observar diversos estilos arquitetônicos, de cidades diferentes, e pensar nos trabalhadores que assentaram cada tijolo. De imaginar o que ocorrera ali anos, ou mesmo séculos antes. Em quem passou por aquelas ruas e vielas, através dos tempos, imersos em suas próprias questões. No que os pintores pensavam quando tangibilizavam seus interiores nas telas em branco. Nos artesãos, cuja perícia era renovada a cada instrumento musical finalizado, construído de forma única. No transe experimentado pelos músicos de uma orquestra, conduzidos com graça e firmeza por uma líder maestrina.
Creio que esta seja a única forma de se conhecer verdadeiramente um local. De mergulhar na cultura vigente, ao mesmo tempo que imerge dentro de si. De conectar-se, de modo silencioso e arrebatador, às pessoas que vivem o mesmo momento, e mesmo as que transitam à sua volta. De, através de pedras, obras de arte, música, desenvolver empatia. O que conduz à compreensão e mitigação de conflitos.
Todo assentamento, crescendo às grandes metrópoles, carregam a história. Os feitos heróicos e perversos de antepassados. Vitórias, derrotas e o aprendizado obtido. Se atentar, despertam todo o tipo de sentimento. Em mim, principalmente, reflexão e gratidão.

Thiago Godinho

Depoimento de Vitor Cardoso

Ainda tentando entender o afeto que Berlim me causou, tento compilar em palavras o que já compreendi. Como tudo é Berlim, preciso falar da experiência pré-Berlim vivida sem a presença física de Mestre Rohm. Zeta, Claudine e Hedu fizeram um trabalho magnífico de organização e suporte para que todos e todas conseguissem se preparar perfeitamente para o que estava por vir, para que não perdêssemos tempo com aeroportos, imigração e afins. Para mim tal suporte fora fundamental para que me sentisse seguro na minha primeira viagem internacional. Gratidão!
Ao Mestre, meu profundo agradecimento por todo o planejamento do seminário e da peregrinação. Experiência maravilhosa que acarretou e ainda acarretará mudanças interiores fundamentais para uma vida mais íntegra e transformadora. Berlim é muito mais que a capital da Alemanha vista aos olhos de Mestre. Berlim é um exemplo de lugar que respeita as diferenças, que valoriza sua história e que vê em cada ser humano um potencial transformador da realidade terrena ainda tão opressora.
Mestre nos mostra que é possível fazer a diferença na vida das pessoas quando o foco é ajustado para o propósito que pensa no outro. Toda a vivência durante o seminário e peregrinação tem o propósito de afetar na vida de cada berlinável para transformar o mundo. O mais importante não é a mudança interior em cada um, mas sim o que essa mudança acarretará de mudança na vida de outras pessoas, para que o mundo seja um lugar mais justo e mais igual.
Ver o ressurgimento de Berlim pós-guerra e pós-nazismo, gera resiliência e força para enfrentar o crescimento da extrema direita e do fascismo no Brasil e em parte do mundo. Gera também compreensão da importância da cultura e educação na vida humana. Gratidão, Mestre, por renovar nossas esperanças a cada encontro, a cada palavra, a cada olhar. Gratidão por afetar tanto em minha vida!

Vitor Cardoso Pereira

Depoimento de Vittorio Papa

Peregrinação
A peregrinação com o Mestre foi uma experiência enriquecedora e singular. Não somente pelo o fato da apreciação da estória e a apreciação da arte, que a peregrinação abrange. Mas também a exposição a tais sujeitos juntos a sabedoria que Mestre possui te desenvolve e muda o jeito de olhar para aquilo apresentado, assim um museu a respeito do nazismo não é mais um relato de um passado que aconteceu, mas sim uma exposição de um possível futuro indesejável.

Seminários
Em seus seminários Mestre abordou questões que enriquecem a visão de mundo e o ato de experimenta a vida, que nos tempos atuais está obscurecido o pelo uso das redes socias, colocando em outras palavras, ele nos motiva e instrui a respeito de viver o momento presente, visto que sempre algo está acontecendo ao seu redor. Além disso se aborda outras temáticas, que também envolvem, o desenvolvimento tal quais: o que é uma peregrinação, física quântica, entre outros conceitos.
Devo ressaltar também que notei que os seminários criados por Mestre Rohm são, assim como as aulas de IPS, experiências únicas, no sentido que o que Mestre espoei dialoga diretamente com o que cada um está passando e vivendo. Sendo assim, é especial e único.

Att, Vittorio Wollner Infante Papa

Depoimento de William Freire

Uma das propostas de estar aberto para o seminário de desenvolvimento é possibilitar a si mesmo a oportunidade de mudar. Para alguns, essa mudança é entendida como um preço a pagar, seja confrontando com o ego para desvencilhar de seus hábitos ou mesmo lidar com as emoções e dores dessa mudança. Para outras pessoas, é se deixarem levar pela experiência e aproveitá-la da melhor forma possível.
Certo que há outras formas de ver e vivenciar esse desenvolvimento, porém a condução no SDH desenvolve o caráter e o sentido humanista e civilizatório em cada um nós, particularmente algo que estamos em falta nos dias de hoje.
Agradeço o prof. Rohm pela imensa dedicação, amorosidade, cuidado e energia empregados no seminário e ter tornado momentos em algo único.

William Freire