O que queremos? E quem somos? são uns dos primórdios reflexivos. Se até hoje não sabemos responder também aonde devemos estar, ainda assim, em algum lugar no meio do caminho dessas reflexões – por vezes descabidas ou insuficientes – certamente estamos debruçando-nos em compreender o que buscamos e ao que servimos. Essa gestação mental ocorre a partir das melhores expressões que já pudemos registrar em nossas memórias. Como os nossos professores tornaram-se quem são? E quais sabedorias eles agregaram ao seu redor para conseguir lidar (e talvez chegar perto de compreender) a angústia que ronda a todos nós? Que educação falta a um aluno, ao estudar tais questões, que limita seu avanço ao estudar frases marcantes, cuja leitura aprofundada foi primordial para aqueles professores que se tornaram Mestres?
Não é ler apenas por ler. Tampouco é ler qualquer bom exemplo. Podemos ter maior facilidade para compreender o que buscamos e ao que servimos, se além de observarmos o que os bons exemplos fizeram, também conseguirmos ter a perspicácia de pensar as perguntas que eles fizeram em seu tempo – que por fim motivaram-nos a agir com um certo direcionamento.
A partir de hoje, eu, aluna Gabriela Costa, inauguro uma coluna intitulada “Frases Rohmânicas e nós” focada em debater não apenas frases e ensinamentos que atravessam gerações, mas compreender também o porquê destas frases terem sido cruciais para o desenvolvimento coletivo. Encontrarei espaço de debate dentre as palavras das frases, e é lá que me situarei para refletir acerca de cada frase de outros pensadores que já foi aprovada por nosso grande intelectual, Professor Doutor na UFRJ, Mestre Ricardo Rohm.
Mestre Rohm já compartilhou conosco o pensamento do professor estadunidense Robert Inman Johnson, acerca de “Um grande Mestre nunca se esforça por explicar a sua visão; Ele apenas nos convida a ficarmos ao seu lado e vermos com nossos próprios olhos.” Nesta primeira edição, debaterei a frase com Marcelo Filho, diretor de TI de PEP-ROHM.
A lição na infância
Há uma lição de diversidade que se aprende nesta leitura, no sentido de que, um Mestre, ao não se esforçar por explicar sua visão, não o deixa de fazer devido à uma falta de vontade em ensinar, ou uma arrogância embutida em seu tratamento ao desconhecimento dos alunos. Pelo contrário, para alunos que estão principiantes em sua jornada na busca do conhecimento – do que querem ser e ao que servem –, esta é uma lição que vem dura e amarga. Porque quem nunca teve a chance de conhecer o mundo e a si, não compreende o quanto a ótica do Mestre já passou pela mesma angústia que a deles, e o Mestre chegou ali justamente para, agora, só agora, poder auxiliar especialmente aqueles alunos que mergulham pela primeira vez em um ambiente acadêmico dedicado e profissional. Logo, a postura do Mestre, o posicionamento do Mestre, ao não se esforçar por explicar sua visão, ao invés de ser uma imaginada prepotência, é em vez disso, um posicionamento firme acerca de não duvidar ou negociar o que se propõe a ensinar: O ENSINAMENTO. E ao não se esforçar por explicar sua visão a um ou outro indivíduo, um Mestre está deslocando sua voz para atingir a todos de uma vez só – nada menos do que uma sabedoria teria esse alcance.
Mestre Rohm nos convida a ficar ao seu lado, com suas oportunidades reiteradas aos alunos por meio do Programa de Estudos e Pesquisa em Desenvolvimento Humano, Formação de Lideranças Transformadoras e Governança Social. A um intelectual do porte dele, é fácil imaginar que ele “nasceu dando certo”, quando na verdade, teve de trilhar de dores, decepções e descrenças que todos nós teremos de lidar em nossos caminhos. O Professor Rohm passou pelo caminho que tantos outros alunos em dificuldade tiveram de alcançar para brilhar nos estudos, Mestre Rohm encontrou-se na subsistência desta frase, que certamente agora explica melhor sua dedicação em nunca deixar de lutar pela diversidade. Pois é dela que veio a sabedoria para ele. E como encontrar esse eco em nós?
Quando criança eu falava para minha irmã que seria professora, é uma profissão que sempre admirei, claro que hoje por motivos diferentes de 15 anos atrás. Sempre busquei aprender o máximo que cada professor se disponibilizava a ensinar, mesmo que hoje eu saiba que nas condições que as escolas públicas se encontram e com o modelo de educação dominante, eles não poderiam ensinar tudo que sabiam e eu não conseguiria aprender tudo que podia. Mas segui admirando-os e buscando dar o meu melhor em cada disciplina para mostrar que respeitava o esforço deles e para respeitar meus pais que me diziam que estudar era a minha “salvação”.
Ao entrar na UFRJ foi tudo muito difícil, a dinâmica aluno/professor era completamente diferente. Percebemos que se quisermos aprender, precisamos nos esforçar mais, o conhecimento não cai de mãos beijadas. Mas era tudo voltado ao mercado, desde sempre – como se este não fosse uma ideia. O mercado é uma ideia, e antes de ideias existirem, existe o nós. Existe o corpo e a mente que precisam ser bem-tratados e priorizados para enfim poderem receber: ideias, de outras mentes. Como estudar e avançar ideias dos outros, se o foco do ensino não for sequer ouvir os Mestres com uma causa nobre que estão aptos a propor as soluções que todos queremos para nossas ideias? A quem servimos? O que buscamos? Um Mestre precisa mesmo explicar a sua visão para… alunos… futuros professores? Aí está a grandeza da educação, que Johnson nos reiterou.
Entender-se por gente na adolescência
Desde que eu me entendo por gente nós alunos estudamos para, “no futuro”, termos uma boa profissão. Não me surpreendeu o ensino ser totalmente voltado ao mercado, entrei na faculdade pensando exatamente assim, “é o curso que vai me preparar para a profissão que vou seguir”, entretanto, as coisas mudaram quando conheci o Prof. Dr. Ricardo Rohm nas aulas da disciplina Psicologia das organizações e liderança (IPS 120).
A Revelação
Conhecer Mestre Rohm mudou completamente a minha vida. Por que Mestre? Eu me perguntei nas primeiras aulas. No decorrer do semestre essa dúvida não existia mais. Mestre Rohm ensina lições que vão muito além dos interesses do mercado, por já ter vivido nele. Nós aprendemos porque ele já sabe. Não cabe é nós forçarmos o Professor a nos ensinar aquilo que ele já sabe.
Portanto, o que podemos aprender com Johnson em Mestre Rohm?
Na disciplina Psicologia das Organizações e Liderança (IPS 120) ministrada pelo Professor Mestre Rohm, enfatiza-se a importância de um projeto de vida. Nós, alunos, entramos na universidade pensando e tratando um plano de carreira como se fosse a coisa mais importante da vida, é aquele foco no mercado mencionado acima, como se a vida se resumisse a ele, como se ele não fosse apenas uma ideia… Até que Mestre Rohm nos apresenta a importância do projeto de vida, junto com ensinamentos que têm potencial de transformar quem se dispõe a aprender e apropriar-se deles e, por consequência, transformar a sociedade, visto que é uma educação plural e ética.
Eu, que sempre ouvi que uma pessoa pobre precisa estudar para ter um bom emprego e crescer na vida, sempre estudei com muito esforço, mas também com muito pesar. Entrei na UFRJ pensando que o papel das universidades fosse formar profissionais para o mercado, mas me pergunto por que não me questionei primeiramente quem é que forma os cidadãos que a sociedade precisa… Como eu descobriria sozinha a “problemática” se eu não sou um Mestre?
“Um grande Mestre nunca se esforça por explicar a sua visão; Ele apenas nos convida a ficarmos ao seu lado e vermos com nossos próprios olhos” – Robert Inman Johnson. Ao lado de Mestre temos a oportunidade desenvolver potencialidades e capacidades e, no processo de desapegar das ilusões, de relembrarmos gradativamente quem realmente somos, o que buscamos e ao que servimos. Mestre nos ensina a ter coragem, a agirmos com excelência em cada ação, como ele age, sendo íntegro. Conhecer Mestre Rohm mudou minha visão sobre a vida. Hoje entendo que, como aluna da UFRJ, uma universidade pública, e como integrante de PEP-ROHM, meu compromisso é com um projeto de vida nobre, é com o propósito e legado de Mestre, que muito contribui com as mudanças que nossa sociedade tanto clama e necessita, enquanto muitos preferem fingir não ver. Gratidão pela grande liderança transformadora que Mestre Rohm é e pelas lideranças transformadoras que o PEP-ROHM forma.
No próximo texto aprofundaremos ainda mais na reflexão sobre o que buscamos e ao que servimos. Você pensa que é um problema eu não dizer sobre o que debateremos? Muito provavelmente será a continuação dessa história, quando conhecemos a liderança transformadora.