Existem mudanças marcantes ao longo da vida de cada pessoa. Aquelas mudanças que tiram a certeza da ideia absoluta, o determinismo de crenças, hábitos inconscientes e, principalmente, valores. Quando retomo essas mudanças, em como me afetaram para pior e melhor, geralmente envolve uma leitura da minha vida até o ponto atual que cheguei. Olhar para si não é algo simples, pois em algum momento nos confrontamos, percebendo os erros e os hábitos que ainda carecem atenção e cuidado. É um exercício de coragem e, principalmente, honestidade consigo mesmo.
Do mesmo modo, devemos olhar para o que conquistamos, sejam suas formas materiais ou imateriais. Olhar nossas qualidades que nos tornam humanos mais plenos e das quais podemos sentir orgulho de nós mesmos, e que merecemos ter momentos de alegria sincera, amizades verdadeiras que nos impulsionam e acolham, e também vislumbrar um sentido verdadeiro em nós, como um propósito. A minha participação no PEP-ROHM trouxe essas formas de mudança e sou por demais grato delas terem acontecido. Foi, e é, uma experiência viva que trago comigo. E não digo como uma forma de elogio, mas como algo fundamental e verdadeiro no meu desenvolvimento.
Sou um ser humano com minhas próprias falhas e marcado pelos erros que cometi, mas também me tornei mais sensível e empático com os outros e comigo, capaz de enxergar mais do que meu próprio ego, sabendo ceder e contribuir. Aprendi que não existe uma vida justa, mas que podemos sonhar, organizar e agir para que a injustiça não prevaleça e, quem sabe, trazer dignidade para aqueles que carecem, assim como impulsionar a esperança de um mundo justo para quem não vê mais saída e inspirar as pessoas pelo exemplo.
Sou grato por todas as pessoas que tive, e tenho, contato e com quem trabalhei no PEP-ROHM, assim como as vivências em workshops, estudos, peregrinações e seminários. As lembranças das pessoas são muito especiais para mim, sem as quais, independente de quanto tempo tive com elas, me faltariam muito. Nesse ponto, não posso deixar de agradecer especialmente à Claudia Gonçalves e ao professor, mentor e querido mestre, Ricardo Rohm. Não é possível realizar nada sozinho, muito menos encontrar uma suposta felicidade verdadeira se não compartilharmos com aqueles que queremos bem.
É claro que muitas coisas aconteceram ao longo dos meus 36 anos que contribuíram significativamente para mim, mas foi com a participação no PEP-ROHM que tive a oportunidade de desenvolver o olhar e a leitura de mundo e de mim mesmo; aprendi a estar de coração aberto para aprender, desaprender e reaprender; de compreender a ciência como lugar de conquista humana, sendo essa não neutra e, por isso, relevante como espaço estratégico e legítimo de ocupação das minorias sociais; fui capaz de me sensibilizar, de errar, de acertar, de persistir, de duvidar de mim mesmo, de me fortalecer, de me ressignificar como pessoa, de me perder e de me encontrar.
Todas essas mudanças fizeram diferença na minha vida, pois acredito que os desafios, as dúvidas e esforços foram necessários, mas foi o PEP-ROHM que me presenteou como um dos caminhos possíveis para que eu os superasse.
Depoimento de William Freire
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