Resumo:
Na sociedade contemporânea, o consumo privado e a busca pela felicidade se confundem e se entrelaçam; por isso, os valores morais, culturais, socialmente compartilhados, acabam sendo influenciados e, às vezes, determinados pelo consumismo e acabam instaurando novas práticas (BAUMAN, 2005). Nos novos modelos de administração praticados nas organizações, caracterizados pela flexibilidade, demanda-se dos empregados que sejam ágeis, abertos a mudanças de curto prazo, que assumam riscos continuamente e que dependam cada vez menos dos procedimentos formais (SENNETT, 2001). Com isso, a tomada de decisão fica cada vez mais dependente dos valores individuais. Diante desse cenário, Sennett (2001) atenta para seus impactos, e postula que essa abordagem acaba por enfraquecer e corroer o caráter das pessoas. Como agravante, as pessoas acabam elegendo como modelos pessoas baseadas em padrão de consumo, renda e imagem, e não em valores nobres e virtudes morais elevadas, atreladas ao conceito de caráter. É fundamental investigar quais valores permeiam os objetivos e metas dos futuros administradores, já que serão tais valores determinantes em suas tomadas de decisão nas organizações. A amostra será composta por pelo menos 10% dos alunos de administração da UFRJ, conforme sugerido pela literatura de pesquisa (VERGARA, 2009). A partir da aplicação de questionários, a presente pesquisa objetiva identificar quais são os valores que os alunos possuem como centrais, e que baseiam suas atitudes e comportamentos nos âmbitos pessoal e profissional a partir da análise dos modelos e referências que as pessoas a partir dos quais eles se inspiram ou se espelham. O principal método estatístico utilizado será a análise de clusters (STEVENSON, 1981).