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Programa de Estudos e Pesquisas em Desenvolvimento Humano, Formação de Lideranças Transformadoras e Governança Social
Eponina, Ernesto Nazareth

Notícia

O pós oficina: o uso das redes sociais…

Em mais uma oficina de debates, o PEP-Rohm discutiu os dilemas e as questões que envolvem o uso massivo e o controle das redes sociais, em encontro mediado por Felipe Tinoco e Vitor Cardoso. Diante das discussões recentes que tomaram as próprias redes e todo cenário político em diversos países, diferentes facetas sobre a temática…

Em mais uma oficina de debates, o PEP-Rohm discutiu os dilemas e as questões que envolvem o uso massivo e o controle das redes sociais, em encontro mediado por Felipe Tinoco e Vitor Cardoso. Diante das discussões recentes que tomaram as próprias redes e todo cenário político em diversos países, diferentes facetas sobre a temática das redes foram abordadas no debate, que ainda passeou pelos três eixos-temáticos do grupo de pesquisa, que são: governança social, liderança transformadora e desenvolvimento humano.

Em primeiro bloco de conversa, discutiu-se a influência das redes sobre o espaço público, com sua interferência em diferentes searas da opinião pública. Foram comentadas as externalidades de notícias falsas em diversas eleições e na formação de pensamento das pessoas, reforçando aspectos em que elas mesmas querem crer, fortificando vieses e limitando sua perspectiva, e como tais externalidades podem dificultar nosso convívio social, destruir reputações e polarizar o mundo. Com efeitos semelhantes, os algoritmos que instauram bolhas de “convivência” digital, negando o espaço à pluralidade de perspectiva e de discussão, também foram comentados de forma crítica, tal como o uso das redes como potencial espaço para constante repetição de discurso de ódio mediante uma sensação de impunidade e de coragem potencializada pelos avatares que escondem nossa identidade e atrapalham nosso desenvolvimento humano.

Posteriormente, também foram debatidos os aspectos de interferência das redes sociais mais associados ao cotidiano e à subjetividade das pessoas usuárias. Em um uso massivo, principalmente das gerações mais jovens, as redes acabam ocupando um grande espaço de tempo do dia a dia, fazendo com que exista uma ausência de períodos para reflexão, para o silêncio e, por conseguinte, para o desenvolvimento, para a formulação do pensamento crítico – além dos estímulos contínuos, que potencializam a ansiedade. O reforço aos padrões normativos foi observado no que tange às imposições irreais estéticas e comportamentais as quais a rede corrobora.

À frente de um contexto complexo, com tantas externalidades e consequências em aspectos macro e micropolíticos, o uso desmedido e a concentração de poder que grandes companhias possuem graças as redes sociais faz com que seja imprescindível trazer esse debate à tona. Com a nebulosidade dos algoritmos, a positividade do like e o (des)controle sobre as estruturas sociais conectantes, os desafios aos futuros gestores e à sociedade como um todo estão postos sobre a mesa. O que faremos para agir como lideranças transformadoras, preocupadas com a forma com que a sociedade participa dos processos de tomada de decisão nas esferas públicas e privadas, transformando a sociedade de forma diversa?

Parece que não há luz no fim do túnel quando existe a intenção de diminuir ou abandonar o uso das redes sociais e seus efeitos nocivos na vida humana. Pois há de se ter ações práticas para lidarmos melhor com esse desafio: um dia inteiro na semana sem o uso do celular, pesquisas de tópicos conflitantes com nossas crenças para confundir os algoritmos, bem como o uso das redes para divulgação de lutas sociais e empoderamento de minorias. Como inspiração, Mestre Rohm.

*texto escrito em colaboração por Felipe Tinoco e Vitor Cardoso